Pois é, to publicando esse post dia 23, mas to escrevendo ainda no dia 22! To na calada da noite, quando eu, normalmente, sou mais criativa! E tenho menos sono também.
Na verdade, eu deixei pra escrever à noite porque fiquei o dia todo pensando, se deveria escrever ou não!
Lá se foi um ano e meio! Como o tempo passou…às vezes os dias foram demorados a passar, às vezes passaram depressa demais, de tão bons! Mas já faz um ano e meio que saí vivinha daquele liquidificador, pra aproveitar a nova chance que Deus me deu. E me pergunto se estou fazendo isso direito. Porque eu não queria só sobreviver. Isso é muito chato! Eu quero viver! E quero!
Nesse 1 ano e meio, eu tive que aprender a ter mais paciência (o que nem sempre é fácil! E tem dias – vários – que eu não tenho mesmo!) Não perdi minha vaidade. Continuei me preocupando com a saúde (a minha e a dos outros). Guardei algumas reflexões e sentimentos só pra mim, e compartilhei outros tantos. Continuei amando os esportes e me dedicando à eles.
Eu fiz um montão de amigos novos (alguns só com título de amigo, outros amigos mesmo!) e reafirmei laços de amizade.
Eu nadei, eu mergulhei, eu lutei esgrima, eu corri de cadeira e até fiz uma meia maratona. Eu velejei. Eu ganhei medalha. Eu amei. Eu sorri. Eu chorei. Eu viajei. Eu dancei. Eu dei altas gargalhadas.Eu li. Eu comi um monte de salada e um monte de chocolate também. Eu fui à praia, e quando achei que nunca mais eu iria, eu fui de novo! Eu não escalei nem saltei de paraquedas, porque eu tenho medo!
Sim, eu senti medo. Medo do novo, do inusitado, do desconhecido. Medo de que minha postura diante da nova realidade não fosse a correta a seguir. Senti medo de ficar sozinha. Senti medo de estar tão rodeada de gente que não pudesse ficar sozinha. Senti medo de estar tão cheia dos meus pensamentos que não conseguisse ficar sozinha.
Eu perdi todo o meu cabelo (que está nascendo de novo e eu to parecendo um quiosque) e quebrei todas as minhas unhas (nos jogos de basquete e fora deles). Eu tive um monte de espinhas. E nem por isso eu deixei de me maquiar, de me arrumar e de sair.
Nem de sorrir!
Eu reaprendi a cozinhar. Eu reaprendi a passar pano no chão e a me vestir (nem tudo fica bonito na cadeira de rodas). Eu engordei 7kg e emagreci 10kg. Eu entrei nas minhas calças jeans. Eu senti dor. Muita dor! E ainda reaprendo todos os dias a lidar com meu corpo e essas dores. Eu tive que aprender a tomar um monte de remédios por dia. Eu fiz um blog. Eu fiz outro blog. Passei a dividir minha vida com pessoas que eu nem conheço, no Instagram. Eu aprendi a tocar a cadeira, mas ainda tenho medo de cair dela quando vou subir ou descer um degrau.
Eu só pensava em voltar a andar. Eu deixei de pensar em voltar a andar. Eu só pensava na Paralimpíada. Eu fiquei dividida entre tentar andar e tentar a medalha. Entre as duas tentativas, eu tive que fazer uma escolha.
Eu sofri. Eu não dormi. Eu não acordei. Eu senti falta das minhas crianças. Eu senti falta de dançar. E sinto! Eu senti muita falta de correr. E sinto!
Eu quis gritar. Eu quis calar.
Ainda não aprendi a dizer não pra tudo que não quero. Ainda sou uma pata tecnológica. Ainda sou péssima dona de casa e boa cozinheira. Ainda confio demais nas pessoas. Ainda tenho um monte de defeitos e ainda estou aprendendo a lidar com eles.
Ainda quero voltar a andar e ainda não consegui (como qualquer um de nós, os amigos cadeirudos desse mundão afora).
Eu voltei a correr, mas não do jeito que eu amo. E não! Não é a mesma coisa!
Passei a ver o mundo por outro ângulo. Outros ângulos.
Eu aprendi a dar valor pra coisas diferentes. Pro sol que eu amo. Pra chuva que eu não amo (e cá entre nós, chuva não combina muito com cadeirante). Pra família. Pros amigos. Pro amor.
Reenxerguei (acho que acabei de inventar essa palavra) que não vale mesmo a pena guardar mágoa nem rancor. E que não vale a pena você dormir “brigado” com outra pessoa. Afinal, você nunca sabe quando vai ser a última vez que você a verá ou falará com ela. E por esse mesmo motivo, você não deve guardar sentimentos bons só pra você. Se você gosta, fale. Se você ama, fale. Se você quer, lute por isso. E não deixe essas coisas pra amanhã, pois você não sabe o dia de amanhã. Se você vir uma oportunidade, agarre. Se você quer ser feliz, vá atrás da sua felicidade. Faça acontecer! Não fique esperando isso ou aquilo, ou que isso acabe, ou que aquilo comece, ou que o seu mundo esteja perfeito. Porque ele nunca vai estar! E se você esperar pra ser feliz, você não será nunca!
A vida começa todos os dias. E ela tem a cor com a qual você pinta!
Bom dia!
Vc inspira muita gente a continuar esta batalha da vida!
Beijão!
Cuide-se!
Márcio, bom dia! Se, além de tudo, ainda conseguimos ajudar alguém, isso é o que vale!!! bjss
Parabéns pela sua história… por sempre acreditar! Acordar e me deparar com belas palavras de desabafo e incentivo…. é muito bom! =)
Aline, obrigada pelas palavras! bjss
Esse post me fez sentir o mesmo que eu senti quando conheci você num post da Paula (correpaula) mais de 1 ano atrás…
Eu só desejo que você seja sempre forte e plenamente feliz, em tudo.
E que de alguma forma, esteja sempre presente nos meus dias…
Porque as suas palavras (a sua história de todos os dias) me fazem seguir mais forte…
Fer, obrigada por estar sempre presente, desde então!! bjss
Oi Dani,
Desde que te conheci (pela internet), você tem me dado muita força a cada dia e me inspirado e querer cuidar mais de mim e dar valor acoisas que antes eu nem ligava. Eu não sou cadeirante, mas sou amputada e tenho as minhas dificuldades e limitações e não estava dando tanta atenção a minha saúde e estava (ainda estou) acima do meu peso, Os seus posts sobre uma vida mais saudável tem me motivado a não desisitir e a continuar como eu havia dito como sugestão da coluna, vivendo um dia de cada vez, esta nova postura. Pretendo voltar a praticar esporte em algum momento, preciso colocar na minha rotina, ou melhor, sair dela. Obrigada pela força que você transmite a cada dia as pessoas que te acompanham. Que Deus possa renovar esta força em você a cada dia.
Um grande abraço, Roberta.
Nossa Roberta, que lindas palavras! São pessoas como você, e saber que de alguma forma estou ajudando, que também me motivam a não desistir nunca! No que precisar de mim, estou por aqui! bjsss
A vida o que seria sem ela? ainda não sabemos mas aprendemos a nos adaptar de acordo com nossa necessidade ai sentimos que caminhos novos surgem no dia-a-dia, vemos que pessoas como você nos mostra um exemplo de vida com muita força garra e perseverança, sempre sorrindo. Deixo um beijão de quem sabe de sua luta mas não esqueça do lema “VAMOS QUE VAMOS SEM PARAR”.
Aguinaldo C Silva.
Meu querido amigo, muito obrigada pelas lindas palavras e por estar sempre presente!!! bjss
Dani sua linda,cada vez q leio os seus relatos me sinto de certa forma envergonhada,mas ao mesmo tempo serve como um choque,pq fico arrumando desculpas esfarrapadas para fz as coisa q têm q ser feitas para voltar às corridas e não faço….daí me dá um estalo e aos poucos vou deixando a inércia de lado e passo a passo vou fazendo o q tem q ser feito.Me emociono com sua força,seu brilho,sua garra e paro e penso e peço a Deus para continuar a te dar muita força e renovação.Bj grande no seu coração!
Edna, seu apoio, desde o começo, é muito importante pra mim!! E volta a correr, mulher!!! por favor!! bjsss
Belíssimo post e belíssimas reflexões, me identifiquei bastante. É isso aí, bola pra frente!
Valeu Ronald!!!
Parabéns Dani! Pelas palavras, pelo exemplo e, principalmente, pela forma corajosa de ver a vida. E obrigada por nos ajudar a ter coragem também 🙂
Muito obrigada Carla, pelo apoio e carinho!!
Moça de sorriso escancarado em um momento de perda, dor, luta comecei a ver seus post no face, e Acredite sua força, alegria, determinaçao me motivou nesse um ano de luta contra um CA, hj ja voltei a treinar e qdo saiu lg cedo pra correr, coração batendo mais forte, brisa, sol na cara Agradeço a Deus, peço a ele que mantenha sua força, minha forca para que vc compartilhe suas vitorias e k Eu e mtas outras pessoas possa estar aki, e ver vc com esse sorriso lindo…que Deus abençoe vc sempre bj.
Nossa Edileuza, eu não sabia disso! Fico feliz em fazer parte de uma luta tão nobre quanto a sua! E mais feliz ainda em saber que já voltou a treinar tão feliz! bjss
Uau..
De ínicio quero começar dizendo que vc é uma guerreira assim como eu tbm )passo e ja pasei pelas mesmas limitaçoes que vc. (Assim como falou) ainda quero voltar a andar e ainda não concegui
É isso aí, Karina! O sonho não pode morrer!!
Uau..
De ínicio quero começar dizendo que vc é uma guerreira assim como eu tbm )passo e ja pasei pelas mesmas limitaçoes que vc. (Assim como falou) ainda quero voltar a andar e ainda não concegui.. Como já havia lhe dito sou tua fã,serio mesmo kkk. Vc é um exemplo.de.superação pra muita gente sabia??
Bom dia, não lhe conheço pessoalmente, apenas visualmente quando lhe vi na Cia Athletica
(sou novo na academia) fazendo bike e nas aulas de corrida aos sábados e já ali, fiquei admirado com sua força e determinação. Busquei saber sua história e encontrei esse blog onde li quase todos os seus posts e minha admiração por você aumentou muito. Meus parabéns, você é um grande exemplo de superação e determinação. Jamais desanime!!!
Luis Renato, eu agradeço muito suas palavras! São relatos desse tipo que nunca me deixam desanimar!! Quando me encontrar na academia, me dá um oi!
Oi Dani eu tbm sofri um acidente e fraturei a l1,eu sempre tou te acompanhado,leio tudo que vc escrevi,eu sou assim tbm determinada,eu tbm fiquei na cadeira de rodas,já consigo andar de muletas,comecei na academia agora,tou gostando muito queria fazer esportes tbm,mas minha cidade é pequena não ajuda muito,continue assim com essa força vc vai conseguir voltar a andar,te admiro muito.
Isabel, que relato legal!!! Depois conte em mais detalhes o que vc tem feito! bjss
bem, não te conheço mas temos muito em comum; sou um C4 a quase 4 anos, me acidentei aos 26, tinha uma equipe de corrida, fazia rpm, jump, pump e viajava literalmente pelo mundo em busca de endorfina com amigos… fui pro Sarah no primeiro ano de lesão, arranjei uma namorada lá em bsb e fui morar com ela em pelotas [sou de porto alegre, a ~260km de distancia da família e amigos]… buenas, muita coisa mudou; não sou tetra do paraguai que nem vc [entendedores entenderão] enfim, só passei pra te dizer que pode acreditar em mim quando digo ‘eu sei como é’, sinto as mesmas coisas e tenho inveja dos teus punhos e dedos; um grande abraço
Regis, que bom encontrar alguém que entende, que sabe como é!!!bjsss
Dani é um prazer enorme conhecer vc aqui, suas palavras fizeram meus olhos encherem de lagrimas pq me vejo nelas tbm. Eu tbm sou lesada medular, hj graças a Deus eu ando, com certa dificuldade mas ando, depois de mta luta, dor, choro, medo, 1 ano de cadeira e 7 cirurgias e to curtindo mtoooo seu blog, depois que estive no Sarah e conheci o Fred que me incentivou a atividade fisica (o que achava que seria qse impossível) nos ultimos 3 meses comecei a treinar certinho e diciplinadamente e melhorei mtoooooo em força e equilibrio e to vendo que vale mto a pena, tanto que ja estou qse descartando a possibilidade de nova cirurgia. Parabéns por vc ser quem é, estamos juntas 🙂
Sônia, to muito feliz em saber que você está se exercitando!!! É isso aí! Não pare! Só temos a ganhar. bjss