Dani Nobile

Dopey Challenge

Faltando 1 mês para abrirem as inscrições para o Desafio do Dunga, do Pateta ou a Maratona da Disney, resolvi ressuscitar o blog para tentar ajudar quem ta na dúvida se deve ir ou não. Digo: Não pensa! Só vai! Agora, deixa eu te convencer.

Quatro dias + quatro provas + quatro parques = 78 quilômetros. Esse é o Desafio do Dunga, que está marcado para dias 9 a 13 de 2019.

Esse ano, eu e o boy corremos as quatro provas, dos dias 4 a 7 de janeiro e vou contar todos os detalhes pra vocês.

Quando você entrar no estacionamento pro primeiro dia de prova, já vai notar que essa prova é totalmente diferente. Não só por ser hiper mega organizada. Mas as pessoas não vão pra lá atrás do RP, atrás da corrida mais rápida de suas vidas. Elas vão pra Disney atrás da melhor corrida de suas vidas: a mais divertida. 80% dos corredores vão fantasiados. E eu me arrependo muito de não ter dado um jeito de me fantasiar por cima das 800 roupas de frio. Durante a prova, nos quatro dias, os personagens ficam por todo o percurso pra tirar fotos com a gente. A galera simplesmente para de correr e entra na fila da foto! Eu não consegui entrar em tantas filas, pois alguns personagens estavam na grama. Só consegui foto num dia que o Márcio estava do meu lado, me filmando. Aí ele me ajudou a manobrar a cadeira pra foto.

 

Todas as provas passam pelos parques da Disney. Então, os percursos são cheios de curvas, cotovelos, pontezinhas. De cadeira de corrida, algumas pontes são difíceis de subir, pois são antes e/ou depois de curvas. E há muitas, muitas curvas! Nas provas mais longas, também corremos nas rodovias que ligam um parque ao outro.

Como as inscrições pelo site da Disney acabam quase instantaneamente, nós compramos um pacote de uma agência de viagens, com quase 5 meses de antecedência. Ele já tinha feito algumas meias maratonas e eu só tinha feito meias e maratonas com a handbike, mas decidi que faria o desafio todo com a cadeira de corrida, na qual eu só tinha feito provas de 5 e 10km e um treino de 14. Começamos a treinar (eu a fazer mais treinos de cadeira e ele a correr mas longos), mas nosso foco maior foi nos meses de novembro e dezembro. Fizemos até simulados (de 3 ou 4 dias) nas distâncias totais ou parciais da prova.

Retirada do Kit + Expo

A Expo acontece na quarta-feira, no complexo da ESPN e os portões abrem ao meio dia. Chegamos lá 12h10 e já tinha fila. Na verdade, tem fila pra tudo, porque é tão bem organizado que eles não deixam virar muvuca. Primeiro, pegamos uma fila relativamente pequena para retirar nossos números de peito e as camisetas, no ginásio que ficava à direita. Com isso em mãos, já fomos direcionados para a próxima fila, onde há uma grande espera para entrar no ginásio onde há a venda dos produtos oficiais.

Infelizmente, não compramos nada! Uma camiseta bem mais ou menos (de algodão, não tinha nada de dry fit) não saía por menos de 50 dólares. A maioria das jaquetas eram 90 dólares. E não tinha nada que nós olhássemos e pensássemos: “Meu Deus, que maravilhosa. Quero muito”. Um broche de personagem custava de 15 a 20 dólares. Pros americanos, que ganham em dólar, tudo bem pagar isso num artigo temático. Pra nós, reles mortais convertendo por quase 3,50… saímos de la sem nenhuma sacolinha.

Dei graças a Deus por termos ido no horário que abriu, pois ao sairmos desse ginásio,

as filas (sim, no plural) para o kit já estavam no campo de futebol. Então, minha primeira dica: Chegue cedo e vai direto pra fila do kit!

No outro ginásio há a feira dos expositores. Ali compensa ir. O valor dos amados gels de prova é bom e há alguns produtos interessantes, camisetas, tênis, meias de corrida, produtos de compressão.

Nesse dia, aproveite para ir ao supermercado e comprar coisas para seu café da manhã! Mesmo que vocês esteja em um hotel do complexo Disney, o café da manhã (pago à parte) ainda estará fechado quando você sair para a prova).

 

Primeiro dia: 5km e Family Run

Esse foi o dia mais difícil pra nós! A largada da prova é 5h30 da manhã, mas os cadeirantes precisam estar posicionados na linha de largada às 5h. Pediram pra gente estar lá às 3h30! Isso mesmo! Tivemos que acordar às 2h30 da manhã.

Saímos do quarto congelando. Os vidros e capôs dos carros estavam congelados. Fazia 0ºC e sensação de bem menos. Eu estava com 4 calças, muitas blusas, muitas meias, gorro e luvas. O Márcio estava com 2 calças, muitas blusas e gorro também.

Conseguimos um lugar pra estacionar bem próximo ao portão de entrada e fomos procurar o guarda-volumes de cadeirantes. Sim, o nosso é separado, pois ali na tenda ficam nossas cadeiras de uso diário, mochilas, casacos de frio, e voluntários preparados pra nos ajudar, inclusive nas transferências. Saímos dali em grupo, cadeiras de corrida, handbikes, crianças empurradas pelos pais, acompanhados pelos voluntários até a largada.

A largada dos corredores convencionais é separada por letras que estão no número de peito. E a galera chega lá beem cedo. Por isso precisamos dos voluntários para cortarmos caminho e nos posicionarmos na frente da Elite.

A prova de 5km, tem o Pluto como padrinho e acontece no Epcot. O percurso sai do estacionamento do parque, segue pela área externa e, no Km 2, entra em Epcot, com os corredores dando quase uma volta no lago e seguindo pela via que dá na imensa bola do parque, que à noite fica toda colorida, e terminando no estacionamento da largada. Essa prova é feita por muitas famílias inteiras que correm juntas (incluindo crianças e adolescentes), ou por pessoas que vieram acompanhar algum familiar que veio pra correr a Maratona, o Desafio do Pateta (21+42km) ou o Desafio do Dunga.

Chegada dos 5km

Por incrível que pareça, essa prova foi a mais difícil pra mim e pro Marcio. Eu tremia tanto ali na largada, 30min parada esperando, que meus músculos das costas e dos braços ficaram super contraídos. Pra quem nunca viu, na cadeira de corrida eu fico sentada curvada pra frente. Imagine os elásticos de 4 calças e mais a barra de 3 (ou 4 – não lembro) blusas, tudo acumulado na minha barriga e eu debruçada em cima disso, espremendo tudo. Eu mal respirava, com aquele vento congelante no rosto, e parei várias vezes durante a prova, com vontade de vomitar. O Marcio reclamou que mal conseguia respirar, por causa do vento gelado no rosto. Passou mal e teve falta de ar várias vezes durante a prova.

Nesse dia, ele me deixou na largada e respeitou a largada dele. Então, eu terminei a prova e ele nem tinha largado ainda. Eu fiquei uns minutos na área das medalhas, esperando ele. Mas eu tava muito congelada e fui resgatada por uma seguidora (que virou amiga). Vanessa me levou lá no meu guarda volumes. Aí eu coloquei casaco de frio, meu cobertor (Rá! Fui esperta e levei um na mochila), meu gorro. E ali, mesmo não tendo aquecedor, era uma tenda fechada, então não batia vento. Logo que ele chegou, coberto com o protetor que a Disney dá no pós-prova, voamos pro carro e pro hotel, pra tomar um banho quente.

Seguimos a dica dos voluntários, que eu vou dar pra vocês aqui: Guarde esse protetor pro dia seguinte! Assim você fica protegido na largada até que possa começar a correr.

 

Segundo dia: 10km 

Na sexta, o frio estava pior que na quinta. Fazia -2ºC e ventava. O frio era tanto, que as antas (eu e o boy) deixamos minha luva de corrida no carro e ela congelou! 

Achando que éramos os espertões, decidimos, por nossa conta, que eu não precisava chegar tão cedo. Tinha que estar na largada 5h, então a gente podia chegar 4h30. Só que não! Porque não tinha mais lugar pra estacionar o carro perto da entrada. E eu cheguei na tenda nos 45 do segundo tempo!

Os voluntários me ofereceram uma bolsinha pra colocar dentro do tênis e aquecer os pés. Não é como se fosse um lençol térmico, mas oferece um pouquinho de alívio. Pra mim, que tenho problemas com a regulação de temperatura corporal como sequela da lesão medular, não foi um salvador de vidas, mas amenizou um pouquinho a quantidade de espasmos que eu tive durante a prova por causa do frio (e por causa deles, meu pé escorregava do suporte).

A madrinha da prova é a Minnie Como na de 5km, a corrida larga do estacionamento do Epcot, segue para a Epcot Center Drive, por onde corremos por cerca de 6km antes de entrar no parque. Depois de passamos pelo lago, Boardwalk Ferry Terminal e Yatch Club & Beach Club e o final da prova é igual ao da prova de 5km, pela parte central do Epcot até o pórtico no estacionamento.

Quando você vê o fotógrafo

Quando você não vê o fotógrafo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesse dia, o Márcio tentou largar logo após a elite, pra ficarmos mais próximos. Então, com 1,5km de prova, quando tem uma subida desgramenta, ele me alcançou. Mas era tanta curva, curva, curva no parque, e muita subida, que ele chegou na minha frente e filmou minha chegada! Uhuuu

Essa prova foi muito emocionante pra mim. Eu fiz stories no carro, logo após a prova e muita gente chorou comigo, quando eu contava sobre tanto amor e suporte que recebi dos voluntários no percurso.

Terceiro dia: 21km

Pra quem vai fazer o Desafio do Pateta, a prova começa aqui! E também seria minha primeira meia maratona de cadeira de corrida.

Nesse dia, eu decidi colocar só 2 calças e 1 blusa a menos, porque eu não aguentava mais passar mal! Pensei: é melhor sentir um pouco mais de frio, mas conseguir respirar e não ter ânsia de vômito. Além disso, a previsão era um calor de… 2ºC! Além disso, o sol iria nascer no meio da prova e eu tinha a ilusão de me esquentar nele.

Essa prova tem o Donald como padrinho. Como sempre, a gente largou do estacionamento do Epcot. Mas esse dia era muito esperado! A gente iria do Epcot até o Magic Kingdom e correria lá dentro. Para ir de um parque ao outro, indo e voltando, vamos pela rodovia. É a parte que dá pra ir mais rápido na prova, pois as pistas são largas e não tem aquele monte de curvas fechadas. Mas também é quando passamos mais frio. E muita neblina e um ventinho tão gelado, que eu já tava com saudade das curvas do parque.

 

Pra variar a vida, muitos corredores usam os dois fones de ouvido e colocam a música nas alturas, e não escutam o que está acontecendo em volta. Então, em locais muito estreitos (há muitos locais assim, nos 10, 21 e 42km) eu perdia muito tempo pedindo licença. Imagine uma faixa de uma avenida. Alguns locais têm metade desse espaço pra gente correr. E a cadeira de corrida é larga e a galera não escuta quem vem atrás, nem eu, nem os corredores que tentavam me ajudar, nem os corredores mais rápidos que queriam passar.

Bom, quando eu estava há mais ou menos 1km do Magic Kingdom, veio a pior subida daquele dia. A gente entrava e saía de um viaduto. O pior: era estreito, então, eu não consegui pegar impulso na descida, porque eu não tinha espaço pra passar. Eu ainda usava a luva de esparadrapo, que escorregava muito nas subidas, porque a cola de luva que passamos nela congelou (e porque ela era ruim mesmo). Estava eu ali, morrendo, com 2/3 da subida, quando senti um solavanco atrás de mim, e uma voz familiar brincando “se a gatinha precisava de ajuda”. O boy chegou!Ele me ajudou a terminar a subida e foi do meu lado.

Aí, imagine você, naquele frio, cansado, chegando no Magic Kingdom todo iluminado já do lado de fora. Ali nas catracas onde vc encosta a Magic Band pra entrar no Parque, funcionários fantasiados, cantando no microfone e gritando “go, you can do it!”. Você entra no parque iluminado: lotado! Muita, muita gente aplaudindo, gritando, com cartazes pra família. Você faz a rotatória, olha pra frente e, ao som de temas da Disney, o Castelo da Cinderela, todo iluminado no meio da noite. E aí, eu caguei todas as minhas fotos da prova. Porque eu chorava tanto, que saí com careta em todas elas. E na filmagem que o Marcio fez, parecia que eu tava sofrendo com dor de barriga, não chorando de emoção. Mas chorei, viu! Cantava e chorava.

Eu chorando e o boy filmando

Chorando sem parar ao entrar no Magic Kingdom

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nessa prova, finalmente consegui minha foto com personagens, e mandei o boy embora, porque eu sabia que ia ter 299 curvas, cotovelos e pontes e eu ia atrasá-lo. Mas ele quis ficar comigo e conseguimos umas fotos lindas no Epcot. No finalzinho, eu dei aquele Sprint e cheguei na frente dele, mas não consegui filmá-lo.

Assim que chegamos, não deu nem tempo de raciocinar que eu tinha feito minha primeira meia na cadeira de corrida, já veio um menino com um cartãozinho, umas pulseirinhas, querendo seguir a gente até a tenda pra trocar de cadeira. Eu não tinha entendido nada, até chegar na tenda e os voluntários me avisarem que ele estava atrás de mim porque eu tinha pego pódio. Fomos levados até uma tenda com aquecedor, onde era servido café da manhã para os atletas VIPs. Aquilo era chics elegantis demais, tava mais pra um brunch e era tão quentinho. Queria ficar ali um tempãozão, mas logo nos levaram até a área de premiação, onde estavam os outros atletas cadeirantes. E nesse momento, eu me tornei a primeira atleta brasileira com deficiência, de qualquer gênero e deficiência, a subir num pódio na história da Disney. Eu estava tão doidona que nem sabia o que fazer! E eles são tão organizados que você tira a foto com seu troféu, eles já pegam o troféu da sua mão, colocam numa caixa de isopor, numa caixinha de papelão branco, com seu nome e te entregam. Assim você leva pra casa sem perigo de quebrar.

 

Quarto dia: Maratona da Disney – 42km

 

A maratona é a prova mais antiga da Disney. Tivemos a sorte de correr na comemoração dos 25 anos da prova! A maratona sai do Epcot, passa pelo Magic Kingdom, Animal Kingdom, EPSN Wide World of Sports, Hollywood Studios e volta para o Epcot.

Seria minha primeira maratona na cadeira de corrida e eu estava bem ansiosa. Tentando remediar a luva ruim e congelada, compramos lixa (daquelas de marcenaria mesmo) e colamos na luva, na tentativa de fazer o “grip”, pois a luva congelada e a cola pra corrida também congelada, estavam fazendo minha mão escorregar no aro da cadeira ao invés de me impulsionar.

Graças a Deus, a previsão era de 6º a 12ºC para aquele dia. Menos congelados do que

nos dias anteriores, partimos para a largada. No dia da maratona, estávamos em 3: eu, o Márcio e a Bianca, minha amiga de SP. Seria a primeira maratona dos 3! Ai que emoção!

Dada a largada, lá fomos nós. Eu primeiro rsrs  O início do percurso era igualzinho ao da meia, então eu já sabia o que esperar pela frente: subida logo no início. Lá pelo 4, o boy já me alcançou, pois ele conseguiu largar logo atrás de mim. Ele perguntou se eu queria fazer do lado dele. Eu só disse: “faz sua prova que eu vou fazer a minha!”. E lá foi ele. Nesse mesmo momento, encostou um ciclista, todo uniformizado de apoio. Ele disse “Oi, eu sou seu apoio na prova”. E eu “?” “É que você está em segundo lugar”. Rolou um semi desmaio.

Vejam o pé do corredor bem na minha roda

No km 13 a lixa da minha luva direita se foi. Estraçalhou todinha e eu voltei pro escorregador. Na maratona, eu tive o mesmo problema com os corredores usando fones de ouvido. Inclusive, meu sonho de ter a foto saindo do Castelo da Cinderela foi por água abaixo. Pois as pessoas tinham a capacidade de entrar na minha frente (ao invés de sair) na descida! E eu sabia que se acertasse a roda da frente na canela de alguém poderia causar uma lesão nas pessoas e também ter meu pneu furado e ser o fim da prova pra ambos. Assim, eu tinha que ter muito cuidado e garganta pra gritar.

Em alguns momentos meu apoio me ajudava, indo na frente e pedindo licença pras pessoas. Mas em certos momentos, ele simplesmente esquecia de pedir licença ou ele sumia. Hahahaha  Ele parou várias vezes pra ir ao banheiro e também não sei pra que, porque ele só desaparecia e depois voltava. Mas ele foi de grande ajuda em certos momentos, dizendo onde ia ter uma subida, uma curva, etc. E ele também guardou todas as embalagens do que eu comi, pra jogar fora pra mim.

Na maratona, a gente tem que subir uns viadutos cabulosos! E eu tive a brilhante ideia de tirar a luva nas subidas. Isso facilitou muito a minha vida, pois eu congelava a mão, mas conseguia agarrar o aro da cadeira e não escorregava descendo de costas. Subia mais rápido e economizava esforço.

Lá pelo km 30, mesmo com as duas luvas sem lixa, eu estava me sentindo ótima, maravilhosa, não tava cansada. Olhei no relógio, fiz os cálculos e pensei “Manooo, vou conseguir fazer em 3h30.” Tava felizona da Silva Sauro. Até que…. chegamos no ESPN. E ali foi a minha morte.

Quando a gente corre dentro dos parques, é bem mais estreito que nas estradas, obviamente. Mas tem

Disfarçando o sofrimento na areia movediça do Campo da ESPN

espaço pra ultrapassar, ou dá pra pessoa chegar pro ladinho e eu passar, sem ela se prejudicar. Eu odiava todas as curvas fechadas nas pontes dos parques, até chegar no ESPN e sentir saudade das curvas que pelo menos eu conseguia fazer. Dentro do complexo, a gente corre na pista, na grama, e o pior de tudo: no campo de beisebol. Ali, era era cascalho úmido e a cadeira simplesmente afundava. Eu me sentia na areia movediça, sendo engolida pelo cascalho, enquanto a banda tocava e o cara do microfone gritava “Danielle, we love you”. Eu não sabia se ria ou se chorava. Além disso, ali a gente tinha que passar por alguns portões tão estreitos, que ou passava eu, ou outra pessoa. Nem preciso dizer que eu quebrei, né?! Até encontrei um brasileiro, que conversou comigo uns 2minutos enquanto corria. Ele também quebrou ali e muita gente disse, depois da  prova, que também quebrou no ESPN. Alguns km durante a prova eu fiz no pace de 3 alto. Ali, eu fiz alguns km no pace de 8 alto! Pior que nas subidas dos viadutos.

 

Saí do parque decida a meter bala e tirar o atraso. Mas quilo tudo me matou de uma tal forma, que eu não tinha mais braço pra continuar. Meu deus! Eu me arrastei por mais uns 2km na subidinha leve na estrada, até pegar o embalo pra continuar. Nos parques, os voluntários estavam dando chocolates, balas… Eu comi tudo que eu tinha conseguido pegar (foi pouco por causa das luvas) e tava doida pra chegar no próximo parque e ver se tinha mais alguma coisa pra me dar energia.

Durante o percurso, encontrei vários brasileiros, inclusive alguns amigos, como o Emerson Bisan que eu encontrei umas 2 ou 3x no percurso. Até tiramos selfie!

Quando entramos no Epcot, pra encerrar a prova, eu já comecei a me emocionar, com as pessoas gritando, torcendo. Meu ciclista de apoio simplesmente disse: “Vai la, parabéns” e sumiu. Eu nem consegui agradecê-lo. E eu não tava acreditando que, finalmente, eu ia terminar a prova. Passei pela linha de chegada, muito emocionada, com pouco mais de 4h de prova. Não fiz o tempo que eu queria (qualquer um abaixo de 4h), mas eu estava tão emocionada por ser maratonista pela primeira vez, pela segunda vez! Eu chorava tanto de emoção, que vieram 3 voluntárias me cobrir com cobertor térmico e me perguntar se eu estava bem. Eu só queria encontrar o Marcio. Liguei pra ele e ele apareceu em 30segundos, também chorando, pois a gente tinha conseguido. Ele tinha terminado uns 15minutos antes de mim.

 

Mal tive tempo de respirar e lá vieram 2 mocinhas, com pulseirinha VIP, cartinha do Mickey, e teve troféu de novo! A primeira coisa que fizemos foi ir buscar minha cadeira do dia a dia e nossos casacos. Ali estava a primeira colocada das 4 provas (ela é muito foda!) e nosso querido casal de voluntários, que foram tão maravilhosos e imprescindíveis em tantos momentos, naqueles 4 dias. Nesse momento, o boy desabou. Passou mal, a Michelle até deu uns remédios pra ele tomar. Ele deitou no chão, no sol, e dormiu uns 20minutos. O esforço e a emoção foram demais.

Depois que ele acordou, partiu comer! Fomos pra tenda VIP quentinha, pro nosso brunch chics elegantis, enquanto a gente assistia as chegadas pela TV, na esperança de ver a Bianca chegando. Comemos e nada dela. Aí, eu quis entrar na fila da foto pra tirar foto com o Mickey. Fiquei do lado dele, com o troféu e o Marcio disse “para de piscar” “eu não to piscando, eu to chorando”. Aí o Mickey me abraçou. Peguei meu troféu e fui la perto do Marcio e, no calor da emoção, enxugando as lágrimas,soltei uma coisa que é pura verdade da Disney: “Eu sei que é um boneco, mas não sei o que acontece aqui pra gente ficar assim!” Aí alguém me cutucou. Era o Mickey de novo, me abraçando pra eu não chorar. Mas eu chorei de novo. A Disney é isso. Alegria e emoção o tempo todo. A gente se sente feliz demais nos parques (mesmo com as filas). E essa emoção triplica quando você corre lá. Meu conselho: Só vái! Em 2019 não iremos, pois temos outros planos, mas essa, com certeza, não será nossa única vez lá. Ta com dúvida? Só vai!

PS1 – Pais que empurram as crianças nas provas

Recebi várias mensagens de pais interessados em levar seus filhos e empurrá-los nos triciclos, durante a prova. Realmente, eu vi uns 3 ou 4 pais com crianças na largada. Porém, acho um pouco complicado levar nossas crianças pra lá. Por que? Por causa do frio! As crianças que estavam lá eram americanas, “acostumadas” com o frio, com aquele inverno. Eles estavam totalmente cobertos, com várias roupas, gorro, luvas, cobertores até durante a prova. As poucas crianças que estavam ali, eram deficientes sim, mas conseguiam se comunicar. Acho importante que os pais que pensam em levar as crianças, se certificarem de que a temperatura será suportável pra criança e que ela consiga se comunicar, falando como está se sentindo com o frio, no decorrer da prova.

Se você quer muito levar seu filho pra correr com você na Disney, vale a pena pesquisar outras opções de prova, em meses mais quentes. Afinal, tem corrida na Disney o ano inteiro.

PS2 – Passear nos parques x Corrida

No pacote que compramos, com a inscrição do Dopey Challenge, vieram 2 ingressos pra parque. Como nós não tínhamos muitos dias de viagem além dos da prova, decidimos ir ao parque após as provas de 5 e 10km.

Após a prova de 5km, fomos para o hotel, descansamos um pouco, nos esquentamos e fomos pro parque depois das 13h. A intenção era ver os fogos de novo. Mas, estava muito, muito frio e nós desistimos. Após a prova de 10km, decidimos aproveitar que o parque abriria 1h antes para os atletas, tomamos banho e fomos direto pro Animal Kingdom. Era nossa primeira vez no parque e nós estávamos loucos pra ir na Pandora (que tinha acabado de abrir). Mas, não conseguimos ficar até o fim do dia, não. Acabamos indo embora no meio da tarde, pra descansar.

Como a gente é doido, ganhamos ingressos do Universal e fomos pra lá no dia da Meia Maratona. Mas, a gente dormiu bastante depois da prova, fomos pra lá à tarde, e ficamos até os fogos (que começaram 20h). Eu tava tão podre que dormi conversando com o boy e com a Bianca.

Então, mesmo que você ganhe ingressos ou decida comprar ingressos para os parques, se for sua primeira vez na Disney, saiba que vai ser difícil aproveitar o dia todo no parque, depois de acordar tããão cedo pra correr.

Fugindo do boy (na minha esquerda) na reta final dos 21km

Hollywood studios

Com Bianca, na largada dos 42km


 

os 3 troféus

As 6 medalhas do Dopey Challenge

Queridos voluntários Michelle and Michael

Pódio dos 21km

Troféus dos 21km e 42km