Dani Nobile

Kettlebell

Você já viveu uma paixão platônica? Olhava de longe, queria muito…E quando se concretizou, virou amor?

Pois é, foi assim comigo e com o Kettlebell. O vi primeiro na internet, em fotos de amigos e reportagens sobre esporte. Então chegou a modalidade na academia e eu, sonhando com aquelas alças nos pesos coloridos. Passava a maior vontade de fazer. Mas seria impossível fazer a aula, que envolve muitos agachamentos. Agachamentos que, obviamente, estão fora de questão no momento! E eu ficava assim, nessa paixão platônica.

Pra quem não conhece, o Kettlebell é uma peça de ferro fundido com uma alça de mesmo material , hoje, utilizado especificamente como um acessório de treinamento. Com exercícios balísticos e de alta complexidade, deve ter seu uso orientado por profissional capacitado. Seu treinamento progressivo possibilita gasto calórico elevado, estabilidade articular, melhora da coordenação, postura, flexibilidade, simetria e resistência a lesões, entre outros. O Kettlebell também é um esporte, com praticantes em vários países e competições mundiais.

No final de semana, fui convidada por um grande amigo a participar da Convenção Brasil de saúde, esportes e fitness, em Porto Alegre. Lá tenho outros 2 grandes amigos, a Virna Canova e o Ricardo Pavani, que são especialistas em kettlebell. Marcamos um treino entre os cursos da Convenção, e minha esperança era conhecer a modalidade. Mas, melhor que isso, eles me levaram ao curso que ministrariam, pra ensinar os profissionais da Educação Física. Fui como convidada  deles, doidinha pra colocar a mão na massa, ou melhor, nos pesos!

E quando eu toquei neles, surgiu o amor!rs   Ricardo e Virna já trabalham com cadeirantes, na preparação física da equipe de esgrima de POA. Eles sabiam o que estavam fazendo! Primeiro, os professores ensinaram um exercício bem fácil, até pra nós, cadeirantes, e que auxilia no nosso controle de tronco. Segurando o peso com as duas mãos (como eu estou na foto), giramos o peso pra baixo e pra depois pra cima, num movimento de semi-círculo. (de ombro a ombro) É bem tranquilo de fazer e eu senti pegar muuuito as laterais do tronco. Depois, pra quem já treinou isso bastante ou já tem um pouco de controle, dá pra segurar o peso com as duas  mãos e girar em torno da cabeça. (eu usei um peso de 6kg nessas primeiras tentativas).

Depois disso, começou a parte mais legal e desafiadora.E eu nem gosto de coisa difícil, né?!rs Eu estava tentando fazer o snatch, mas a cadeira de rodas estava me limitando demais. Eu precisava de espaço. Sentei numa cadeira e normal e comecei. Todos os alunos do curso fazendo e eu também.

 

 

 

Então, partiríamos para o Jerk. Esse exigiu muita força. Do lado direito, depois de tentar e tentar sem parar, eu consegui! Do lado esquerdo, eu não tive equilíbrio suficiente. Fiquei no meio do caminho. Preciso tentar mais e fortalecer meu core.

Eu estava super contente e satisfeita, com tanta endorfina correndo pelo corpo e saindo pelos poros, que até senti calor (numa noite fria de Porto Alegre). Fui tirando vários casacos que eu estava usando. Mas, eu ainda queria muito uma coisa: fazer o swing! Era sonho, que precisava ser realizado. Então, com o aval da Virna, eu fui tentando, tentando…até conseguir! Vibração total! Aquela sensação maravilhosa de, finalmente, ter feito algo que eu queria muito!

O vídeo dos 3 movimentos em sequência está aqui nesse link do youtube. (oremos pra funcionar dessa vez! é só copiar o link e colar no navegador)

https://www.youtube.com/watch?v=q1ncMY86ay0&feature=youtu.be

Acabei fazendo amizade com um monte de gente do curso, que gostou muito dos meus resultados (foi a Ana, uma amiga que fiz lá, quem filmou e tirou as fotos pra mim). Fiquei amiga do pessoal do staff e até provei chimarrão (aprovadíssimo!).

Eu amei o kettlebell de paixão apaixonada e pretendo continuar praticando aqui em Ribeirão. Na academia só tem de 8kg pra cima. Ou eu fico mais forte e com mais equilíbrio, ou eu compro um de 6kg pra mim. Porque, sabem aquela coisa que você sente, que te faz bem, com aquela sensação de dever cumprido, de “sim, eu posso”? Foi o que o Kettle me proporcionou. Eu gosto de ser desafiada, de sair da mesmice. E esse é um grande desafio pro meu corpinho tortinho pra esquerda.

No início do curso, Ricardo me apresentou aos alunos como convidada. No final, após agradecerem aos alunos, perguntaram se eu queria dizer algo. Eu estava manteigona e não quis. Fiquei com os zóim cheinhos d’água e preferi agradecer lá fora, aos dois, por me convidarem a participar do curso, por acreditarem no meu potencial e por me ajudarem a realizar um sonho. Sonho bobo. Sonho de atleta. Mas sonho. E sonho realizado é melhor ainda!