Essa era eu com a Maratona de Nova York.
Pra quem ainda não conhece minha história, por 5 anos eu corri com as pernas antes de sofrer o acidente que me causou a lesão medular. Por 5 anos eu fiz provas de 5km, 10km e 6 ou 7 Meias Maratonas (21km). Sonhava em correr maratona e estava treinando pra isso! Depois de umas 2 ou 3 maratonas, eu queria correr a Maratona das Maratonas em Nova York.
Aí, entrei no liquidificador (capotamento de carro) e saí de lá sem perspectiva alguma de correr com as pernas novamente (mas eu não desisti disso, gente!). [Além dos textos do arquivo do blog, desde janeiro de 2013, você pode ler meu primeiro texto sobre o acidente https://assimcomovoce.blogfolha.uol.com.br/2013/01/07/um-relato-de-otimismo-e-coragem/comment-page-3/]
Após 1 ano e 4 meses do acidente, corri minha primeira Meia Maratona com uma adaptação de handbike. (Leia sobre essa prova aqui: http://daninobile.com.br/minha-primeira-e-setima-meia-maratona/)
Depois de alguns meses, ganhei dos meus amigos uma handbike de ferro, modelo nacional, e corri a primeira meia com ela. (Leia sobre essa prova aqui http://daninobile.com.br/golden-four-uma-das-maiores-emocoes-da-minha-vida/)
Em 2016 eu finalmente realizei o sonho de correr uma maratona. Fui maratonista pela primeira vez com a handbike. (Leia sobre essa prova aqui http://daninobile.com.br/eu-maratonista/)
Em 2018 fui novamente maratonista pela primeira vez com a cadeira de corrida. (Leia sobre a Maratona da Disney aqui http://daninobile.com.br/dopey-challenge/ )
Em abril, em um evento que eu fui palestrar, conheci o pessoal da Travel Run. Conversa vai, conversa vem, mencionei a eles sobre meu desejo de correr a maratona de Nova York. Então eu ouvi a notícia: “me mande um email, contando sua história, que nós vamos enviar pra organização da prova e pedir autorização pra te inscrever”. Aqui, farei uma confissão. No decorrer desses 6 anos como cadeirante, ouvi muitas e muitas promessas que não foram cumpridas. Ouvi que ia ganhar handbike, que ia ganhar cadeira de corrida, que teria patrocínio, cheguei a ouvir que se eu fizesse fisioterapia em tal lugar pagando vários mil reais por mês, voltaria a andar em.6 meses. Eu me iludia e criava muitas expectativas, que eram depois frustradas pois as promessas não se cumpriam. Assim, enviei o email pra TravelRun do mesmo jeito que envio pra todo lugar hoje em dia: boto fé, torço muito pra que dê certo, mas não conto com o ovo dentro da galinha pq… vai que ela não bota o ovo, ne?!
Qual não foi a minha surpresa, semanas depois, quando eu estava entrando na piscina pra treinar em Ribeirão, e recebi uma ligação. Era da TravelRun. Eles não só conseguiram realizar minha inscrição pra Maratona de Nova York, como me dariam a inscrição de presente! Chorei igual bebezinho e liguei pro boy, que estava em Porto Alegre. Lógico que ele disse “então vou me inscrever também”.
2018 foi um ano complicado financeiramente pra nós. Então tínhamos que apertar os cintos pra conseguir arcar com os custos da viagem.Tive que desistir de algumas provas pra guardar o dindin e realizar meu sonho.
Como eu estava programando ser a primeira mulher cadeirante a fazer o Meio Iron Man (70.3) no Brasil, meu treino seria focado no meio Iron (que eu planejava fazer em agosto) e após isso focar nos treinos pra fazer a Maratona com a cadeira de corrida.Mas, contudo, entretando, todavia, nem tudo é como a gente planeja, ne?!
Quando a data do Iron Man foi se aproximando, eu não tinha dinheiro suficiente pra arcar com os custos da prova. Surgiu também o convite pra ser entrevistada pro Esporte Espetacular. Assim que souberam dos meus planos sobre o 70.3, disseram que gostariam de acrescentar à entrevista o Meio Iron. Assim, todas as circunstâncias me fizeram mudar a data do IronMan pra novembro. Mesmo mês da maratona de Nova York! A maratona era dia 4 e o Meio Iron dia 26.
Como o ciclismo é minha pior modalidade das 3 no triathlon, eu tinha que focar nisso. Assim, minha ideia de passar 3 meses focada única e exclusivamente nos treinos pra maratona de NY.. foram por água abaixo! Como o Meio Iron seria muito mais difícil, eu focaria nos treinos de pedal e na corrida, daria meu melhor sem ser a prioridade.Mesmo assim, treinei bastante. Chegava a fazer 2 treinos de 20km durante a semana (pois o fds era pro longo de handbike).Meu tempo na corrida melhorou, eu terminava os treinos bem menos cansada, ou seja, estava melhor preparada.
Mas fiz uma cagada homérica. E aqui fica a primeira dica de treino pra quem vai correr NY: treine subida! Eu não treinei (que anta!).
E aí, a data da prova, que parecia tão distante.. chegou!
Eu recebi um grant da CAF pra pagar a minha passagem pra NY. Assim, fomos primeiro pra San Diego (na Califórnia), onde eu pedalei no palco num evento de arrecadação de fundos pra CAF. Se eles me ajudaram, o mínimo que eu tinha que fazer era retribuir. De San Diego (bem calorzinho e gostosinho), fomos pra NY, onde estava um congelante clima com muito vento e temperatura entre 4° e 8°.
A primeira coisa que fizemos no dia que chegamos foi ver a linha de chegada da prova, que já estava montada no Central.Park. Os metros finais da prova são circundados por 2 fileiras (uma de cada lado) com todas as bandeiras dos países de onde veio algum corredor fazer a prova. E aí tem o pórtico da chegada. E eu olhei pra ele e desatei a chorar. Eu nem acreditava que dali uns dias, eu finalmente passaria nesse pórtico!
A segunda coisa foi treinar no Central Park. Sabe aquele sonho que vc tem, qdo vê os filmes de hollywood, o povo “tudo” correndo no glamour?! Então.. não vi glamour, mas vi subida! Hahahha
Como eu e o boy corremos em ritmos diferentes (obviamente), decidimos ir cada um por si e fazer 5km. Eis que estava eu correndo, quando tinha uma bifurcação. Pensei “se eu for por ali, vou voltar muito rápido e nem vai dar 5km. Vou por aqui”.
E aí, tinha um lago lindo, uma casinha la no fundo, as árvores, os pássaros.. e a idiota foi descendo, descendo… Mano do céu, da terra, do ar e do mar! Agora eu tinha uns 2,5km da subida do Everest pra poder voltar.
Como tava frio, saímos do hotel cheios de blusa. Assim que comecei a subida, eu fazia tanta força, e por transpirar, comecei a ferver. Parei a cadeira e fui arrancando tudo. O povo me olhava esquisito, pq aquele friozão e a doida aqui de top!.
Mandei minha localização em tempo real pro boy e ele ria e perguntava pelo whatsapp “como vc foi parar aí?”
Depois da subida, decidi ir pela ciclovia de fora do parque. Mas um pedaço tava fechado por causa da estrutura da prova e eu não sabia como sair dali. Ainda bem que no mundo tem bons samaritanos. Veio um chefão da estrutura, me botou pra dentro das grades, me empurrou por cima de todos aqueles fios e cabos pra cortar caminho e me ensinou como chegar até o boy.
A retirada do kit da Maratona de NY é uma coisa grandiosa. Muita gente trabalhando, uma estrutura gigantesca pra retirar o número. Tem até local pra vc experimentar a camiseta da prova e pegar a do tamanho certo pra vc.
Quando você pensa que acabou, entra na “lojinha” da prova. E ali você se finge de cego ou estoura o cartào de crédito, pq as roupas oficiais ou temáticas da New Balance são muito legais!
Depois que você paga e acha que está a salvo pois conseguiu gastar pouco..entra na parte não oficial da feira, onde há roupas, comidas, suplementos, pacotes de fotos, de viagem, e todo tipo de coisa dos patrocinadores ou expositores. Algumas coisas valem muito a pena, pelo valor que a gente paga, como Gel de carboidrato, por exemplo.
Para os cadeirantes, a organização oferece um serviço importantíssimo: na véspera da prova você leva sua cadeira de corrida ou handbike (ou triciclo, para o caso de quem empurra a criança) nos caminhões da organização. Eles levam seu material de prova pra largada e você não precisa se preocupar se vai ter taxi no dia, se vão aceitar leva sua cadeira pra prova, se vai caber, se você não vai levar o cano e ficar na mão, se vai chegar atrasado na largada porque não achou transporte.. eles já tem uma lista com seu nome e número. Eles etiquetam sua cadeira de corrida/handbike antes de colocar no caminhão, e etiquetam sua cadeira de uso diário, pra que possam pegá-la na largada e te entregar na chegada, junto com seus pertences (mochila, casaco, o que você resolver amarrar na cadeira). Isso é maravilhoso demais e foi minha primeira experiência em prova onde tivemos esse suporte.
Eu e o boy não conseguimos deitar tão cedo quanto gostaríamos, mas tivemos que acordar mega cedo! A largada da prova é em Coney Island, mas a chegada é em Manhatan. Todo mundo costuma ficar hospedado em Manhantan e há 2 jeitos de ir pra largada: os ónibus da organização ou um ônibus fretado incluso no seu pacote de viagem. Pra nossa sorte, a TravelRun um tinha ônibus fretado que sairia da porta do hotel, bem.como bananas, água e barras de cereais para o café da manhã (muitos hotéis nos EUA não oferecem café da manhã. O nosso oferecia, mas não às 3h30 da manhã!).
Chegando ao local da largada, passamos por revista policial (o que acho super importante pra nossa segurança) e fomos procurar o “curral de largada” dos deficientes. Para todos os corredores, a organização oferecia café, leite e chá à vontade, bem como bagels e bananas. O curral dos deficientes era imenso! Muitas e muitas handbikes e algumas cadeiras de corrida. Importante salientar que ali estavam os amadores. Os corredores de cadeira da Elite já tinham largado (e entre eles temos Aline Rocha, a melhor corredora de cadeira do Brasil).
Há voluntários pra separar os cadeirantes, as handbikes (largamos separadamente pra segurança de todos) e os amputados e deficientes visuais (que largaram 1h depois).
Passei pra cadeira de corrida, o boy me ajudou a arrumar minhas “comidas” e água. Me despedi dele, da Adriele e do Fábio, que largariam 1h depois de mim.
Ao sairmos do curral pra nos dirigir à largada, as palmas e o apoio dos demais corredores já começa. Quando começamos a subir a ladeira da largada, ouço a voz de Frank Sinatra cantando “New York, New York” e desabei a chorar. A gente tremia de frio aguardando o tiro de largada. Apesar de estar 8° e sol, a promessa era de chegar a 12° durante a prova, então eu tava só com um blusa por baixo do uniforme. Mas estávamos em cima da ponte e ventava MUITO!
3, 2, 1… largamos! E já começa com 1km de subida! Ô beleza! Aí veio um Pinocchio, voluntário e me disse “já fiz essa prova 14 vezes. Essa é a pior subida”. Ele disse isso só pra me animar.
O visual de cima da ponte é muito incrível! E a descida de quase 2km oferece um respiro pros braços, apesar do medo que fiquei pois é bem íngreme. Desci freando.
Mais uma curva aqui, outra li e avisto as primeiras pessoas da torcida. Escuto “Welcome to Brooklin, my dear”. Aí caiu a minha ficha: eu estava mesmo correndo a maratona de NY! Comecei a chorar muito, muito!
Dali pra frente, tem torcida praticamente o tempo inteiro e eh decidi me divertir na prova. Eu erguia uma das mãos pra cima e gritava. Aí o público enlouquecia e gritava mais!
Eu estava me divertindo, mas bastante preocupada com a minha cadeira. Como o asfalto chacoalhava muito, a cadeira trepidava e elas estava andando muito torta. Eu estava gastando muita energia pra botá-la o tempo todo na direçào certa.
Até o km 18 foi só festa. Ali, porém, o parafuso que segura o pistão da cadeira, e permite que eu faça curvas, soltou e caiu no chão. Isso me deixa desgovernada. Eu fiquei desesperada, comecei a chorar e tive medo que minha prova tivesse terminado ali. Porém, pedi ajuda pra torcedores e um voluntário que passava. Nessa hora eu desesperei várias pessoas que me acompanharam pelo app. Só vi as mensagens depois que terminei e quero pedir desculpas por preocupar vocês… Depois de 15 minutos parada, pude continuar a prova.
A cadeira voltou a fazer curvas, mas ficou torta o resto da prova. Mesmo abalada, fui indo. Voltei a brincar com a torcida como fiz em todos os km anteriores, pra me distrair do momento horrível. Afinal eu estava ali pra me divertir.
Fui assim até o km21. Porém, do 22 ao 24 é uma subida da morte, onde encontrei Jesus. É muito íngreme. Subindo com os braços, parece que não vai ter fim! E não tem torcida nessa hora pra ajudar. Eu pensava “que dia lindo, que árvore linda. Jesus, me ajuda! Olha o barquinho la embaixo. Socorro, Deus.” Hahaha
Até ali, fui sozinha na rua. No km28 a gente encontra com a multidão dos atletas e ali começou a ficar difícil. O pessoal usa fones de ouvido nas duas orelhas e coloca muito alto. Simplesmente não escutam a gente pedir licença. Eu tinha que frear toda hora, seja em retas, descidas e até em subidas, pois o pessoal acha que não vai trombar e colocam o pé bem na frente da nossa roda. Também nâã conseguia beber água nos postos pois os atletas andantes não me deixavam passar eu não podia atropelar ninguém.
No km30 parei pra tirar a blusa de frio (como não transpiro, mesmo estando 8°, comecei a ferver nas subidas e passar mal) e pensei “como vou continuar essa prova agora? Eu to é morta!”. Fui com a cabeça, com o coração e com a torcida. Minha prova foi um misto de concentração e alegria.
No km35 fui salva por um torcedor que me ofereceu água. Bebi e joguei na cabeça. Isso me deu um gás. Dali pra frente, além de gritar pras pessoas e erguer uma das mãos quando podia, eu batia a mão em todas as mãos de criancinhas e em todos os cartazes que eu podia. Mas eram muitos Hi5 pra uma pessoa só.
No km 38, já no Central Park, uma corredora convencional com fones de ouvido não me ouviu gritar desesperada e não ouviu a multidão gritando pra ela sair. Eu tava a 18km/h freando na descida e ela me derrubou. Caí no chão, bati o ombro, ralei o braço, bati a cabeça (graças ao capacete não machuquei). Fui ajudada por corredores e expectadores. Ela mesma, pediu desculpas e foi embora. Um senhor japonês, corredor, perguntou se eu queria ir pra ambulância. Pensei “to na maratona de NY. Eu vim aqui pra terminar!”
Não sei de onde eu tirei forças, pois sentia muita dor. Mas quando passei naquela linha de chegada, foi só emoção. chorei muito!
Fui levada por uma voluntária para tirar uma foto no painel da prova e encontrei o Tubino, nosso amigo da academia. Ele me ajudou a pegar água e uma maçã e encontrar um voluntário que pudesse me ajudar, pois ele não podia passar pela área dos deficientes. Um americano veio me ajudar, e quando perguntou de onde eu era, começou a falar um pouco de português comigo. Ele me levou até o guarda-volumes dos cadeirantes. Ele e voluntários da Achilles me ajudaram a passar pra minha cadeira do dia a dia (eu não aguentava mais ficar encurvada na de corrida). Pedi pra ir ao banheiro, de onde mandei um áudio num grupo de amigos (grupo que o boy ta) chorando e contando o que houve. Eu estava muito emocionada ainda. Dali fui levada pra tenda médica.
Os médicos são muito cuidadosos. Quando eu disse que bati a cabeça, começaram a perguntar se eu sabia meu nome, se eu sabia onde estava. Mas eu só queria gelo pro meu ombro e minha escápula que doíam muito.
O Márcio tinha largado 1 hora depois de mim. Mesmo eu tendo feito um tempo bem acima do que eu queria, perdido tempo com parafuso, queda e tal… a lógica seria que ele chegasse bem depois de mim. Quando ele terminou, me ligou dizendo que, mesmo estando com a pulseira de acompanhante, não o deixaram ir pela saída dos deficientes. Ele demorou quase mais 1 hora pra dar a volta e me alcançar.
Estava muito frio e os voluntários me deram manta térmica, sopa quente e chocolate quente. Foram maravilhosos demais! Um deles, inclusive, tentou ir atrás do Márcio, pra tentar fazê-lo cortar o caminho e vir me encontrar logo, pois eu não conseguia nem mexer o braço.
Quando ele finalmente chegou, choramos muito ao nos abraçarmos. Ainda ganhamos uma carona da Achilles NY para o hotel
Sim, realizei meu sonho e trouxe a medalha da minha 7° maratona, a de NY, pra casa!
“Ai, Dani. E como é correr a maratona pra quem anda?”
Com a palavra, o boy!
“Chegamos em Nova Iorque já cercados por placas da maratona. Isso faz a gente entrar no clima da prova. Querer trocar de roupas e ir direto para o Central Park fazer um treino e postar( somente os blogueiros entenderão).
Assim que acordamos, aquela sensação de adrenalina com nervosismo toma conta de você! Já saímos do hotel acelerados, tipo treino de tiro. Uma mistura de euforia com aquela vontade que logo deem a largada da prova.
Já na concentração, enquanto eu ajudava a Dani a se aprontar, revezava os aquecimentos, com idas ao banheiro e donuts com chocolate quente. Uma prova com donuts de graça? Já é um sonho!
Logo que deu a largada, filmei um pouco pra deixar registrado aquele momento único. Afinal, era a minha primeira Major!
Nessa prova tudo é alegria, desde as horas que você passa nos postos de hidratação, quanto pelo caminho. Curti cada momento, mas sempre cuidando meu ritmo, pois embora fosse minha quarta maratona no ano, não tinha treinado nada para ela. Achei um ritmo confortável com pace 5 e fui.
Subidas, descidas, curvas, tudo eu controlava com precisão, pois sabia que depois do km 30, meu corpo sentiria o cansaço. Sofri muito durante o percurso, pois as subidas eram muito mais do que o esperado, muitas mesmo! No km 24 passamos pela ponte do Brooklyn(eu acho! Pois eram muitas!!!), e ali eu vi que seria difícil manter aquele ritmo. Foi uma subida de 1 milha(1,6km) intermináveis! Minhas pernas acabaram!!! Então pensei: “Bom, se não vou terminar num tempo que eu queria, vou curtir a prova!”, e dali para frente, eu bati em cada mão que o público dava, comi doces, bolos, chocolate, etc… curti a prova até mais que a Maratona da Disney!
La no km 38 foi que bateu o desespero. Por que??? Por que entramos no Central Park!!! E pra segurar o choro como faz? Foi incrível!!! A multidão te apoiando! Gritando! Dizendo que a chegada estava logo ali! Foi demais!!! Só de escrever já senti um arrepio!
E a chegada então? Essa sim! Valeu! Valeu cada segundo corrido, sofrido! Cada dor, sede, fome e cansaço! Somente quem corre sabe o quão grande é a vitória de um maratonista contra ele mesmo. Não importa se você termina uma maratona em 3, 4, 5, 8 ou 9 horas… O que vale e sua vitória pessoal! Mostrar pra você que consegue, que pode vencer qualquer obstáculo ou dificuldade. E um maratonista sabe muito bem o caminho sofrido que foi para chegar naquela linha final. Treinos, alimentação, dieta, abrir mão de festas, bebidas. E o mais legal, sentir dor e gostar! Não gostar da dor, mas saber que aquela dor foi porque você venceu mais um treino, uma prova, um limite do seu corpo e mente. Quando e a próxima???”
Como se inscrever pra maratona de Nova York?
Há várias maneiras diferentes de você se inscrever pra TCS New York City Marathon.
A primeira delas é entrando no site da prova e entrar no sorteio (clique na opção DRAWING). É um sorteio mesmo. Você paga uma taxa simbólica (que é doada para instituições listadas no site) e “concorre” à uma vaga. É assim com todas as Majors Marathon. Por isso você, se já corre, vai ver a comunidade dos corredores do mundo desesperada quando “abre o sorteio” de tal prova. Se você for sorteado, será avisado por e-mail e o valor da inscrição será debitado do seu cartão de crédito. A inscrição por sorteio é mais barata que outras formas que colocarei a seguir. Para correr em 2019, a inscrição para o sorteio vai de 14 de janeiro a 14 de fevereiro. O site oficial para inscrição é esse https://www.tcsnycmarathon.org/plan-your-race/run-in-2019
Outra forma de se inscrever, é fazer uma doação para instituições listadas no site da prova. Porém, o valor costuma ser bem alto para meros mortais que ganham em reais! É por isso que a gente vê tantas pessoas em provas fora do país correndo para arrecadar fundos. É pra essa doação.
Outra forma de se inscrever é comprar um pacote de agências de viagem especializadas em corrida. O valor da inscrição é tabelado pela organização (mais alto do que o valor do sorteio, por isso o desespero para ser sorteado). Junto no pacote você compra hotel pelos dias da prova, o transfer para a largada e algumas agências oferecem mais algumas coisas. Depende de cada uma. Para NY, o Márcio comprou o pacote da TravelRun e eu comprei o hotel e o transfer deles.
Mais uma forma de se inscrever é se você tiver índice. Cada Major Marathon estipula um tempo máximo, separado por faixa etária, para os corredores completarem uma maratona. Completando abaixo do índice da sua faixa etária, você envia o comprovante do tempo (geralmente o link com os resultados oficiais da prova que você correu) e paga a taxa como se tivesse sido sorteado. O prazo para pedir sua inscrição por índice também vai de 14 de janeiro a 14 de fevereiro de 2019.